A revolta do mundo.

Nada de grande e relevante acontece no mundo sem o mesmo se revoltar.

Todos que, por ousadia, procuram alçar voos mais altos e elevar-se acima da mediocridade

Enfrentarão, mais cedo ou mais tarde, a revolta do mundo em força,

Gravidade.

Gravidade é tudo que nos mantém cravados no chão.

E é ela quem devemos superar, tal como os aviões e foguetes,

Ou quem sabe um Sabiá.

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Torcer pelo sucesso alheio.

Mais difícil que superar fracassos pessoais, me parece

que temos uma pré-disposição para não tolerar vitórias alheias.

Basta que alguém seja bem sucedido em algo, parece que já estamos menores do que já somos.

Todo louvor ao próximo me parece ofensa.

Toda luz do meu vizinho parece ofuscar meu ser.

“Toda inveja é confissão de fraqueza e mesquinhez”

Quem tem saúde, gosta de andar entre os saudáveis.

Quem é próspero, em qualquer área da vida, ama estar entre os que dividem do mesmo predicado.

Quem se sente realmente forte, gosta de estar entre os fortes.

Para além de qualquer discussão acerca das origens e implicações psicológicas e/ou místicas, me parece que apenas um ser humano deveras maduro e consciente consegue, plenamente, ficar feliz pela felicidade alheia.

É fácil ser caridoso, justo, solidário com quem está precisando de cuidados. A sensação de superioridade é quase indissociável.

E mesmo assim, como é difícil achar alguém disposto a tal movimento.

Mas, facilmente, encontrar alguém que se sinta profundamente feliz pela felicidade do próximo e de coração cheio de orgulho por isso, é raro.

Cada dia que passa, torço mais e mais pelas conquistas alheias de pessoas próximas a mim, ou mesmo aquelas distantes, que não conheço pessoalmente, ou pessoas famosas que ascendem e vibram com alegria por seus objetivos alcançados.

E isso vem me deixando mais feliz.

É impressionante o bem estar que sinto ao ver alguém conquistando sucesso em qualquer objetivo.

De maneira honesta, claro.

Parece que me aproximo mais e mais dos meus próprios resultados e conquistas, sem nenhum movimento.

Gratidão é moeda espiritual.

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A “Saudade” do pintor Almeida Jr.

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José Ferraz de Almeida Júnior
Itu – 08/05/1850
Piracicaba – 13/11/1899
Brasil

Saudade”, 1899
Óleo sobre tela
197×101 cm
Doação de Leonor Mendes de Barros
Aquisição: 1982
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo

Por se tratar de uma obra realizada em 1899 (ano de morte do artista), a tela “Saudade” já foi interpretada como uma pintura autobiográfica: a protagonista (bela mulher morena vestida de negro) encarnaria a forte emoção da despedida final ao seu criador, o artista plástico Almeida Jr. Mas isso poderia resumir a interpretação?

Com sua existência abreviada por uma tragédia (ele fora assassinado, em circunstâncias aparentemente sem explicação), não podemos ouvir dele as reais motivações para tamanha emotividade expressa nessa tela em especial que, de tão singular, parece fugir das linhas temáticas que ajudaram a consolidar a sua imagem de um dos maiores pintores nacionais, cuja carreira é de fundamental importância para se entender a formação do olhar artístico acerca do brasileiro nativo e suas relações existenciais com a natureza ao redor.

Almeida Jr é um artista que se destaca por seu clínico olhar e sensibilidade ao povo brasileiro, em especial o paulista do interior, com quem ele conviveu desde sua infância até a idade adulta, excetuando-se pelo período em que, por conta de uma bolsa de estudos ofertada pelo Imperador D. Pedro II, ele se mudou para a França, residindo em Paris entre 1876 e 1882, por lá estudando na Ecole Supérieure dês Beaux-Arts .

Esta experiência internacional nos ajuda a compreender melhor outras importantes características do pintor paulista: sua enorme erudição plástica e aguçado senso estético. Unindo essas qualidades (o talento na descrição das cenas e pessoas de seu universo geográfico/afetivo, tendo como ferramenta sua elogiável habilidade técnica), nós podemos ter uma melhor compreensão da profundidade conceitual de “Saudade” e sua real contribuição dentro do vasto currículo de Almeida jr, em extensão, à própria História da Arte Brasileira.

O Brasil sob os últimos suspiros de sua Monarquia, com o fortalecimento econômico do estado de São Paulo e o Império vacilante no Rio de Janeiro. A República acenava, ao longe, porém cada vez mais perto. Politicamente, este foi o terreno em que “Saudade”   decidiu ganhar vida. Artisticamente, estávamos no olho de um importante furacão conceitual que ora nos lançava às águas da era Romântica (e seus desdobramentos, como o Impressionismo), ora nos soltava dentro do Realismo/Naturalismo que poucos ainda conseguiam absorver por completo. Mesmo gênios da Literatura como Machado de Assis, tiveram árduo trabalho em administrar as particularidades de cada escola. Nas artes visuais, em especial a Pintura, não foi diferente. Saltar o ímpeto Impressionista rumo à modernidade foi um processo lento e significativo, que gerou frutos diversos em todo o mundo.

Nesse ínterim, “Saudade” se apresenta mais que uma mera referência simbólica à fatalidade de seu autor: é uma obra que condensa diversas particularidades de ordem técnica, aliada a uma angustiante busca de uma nova relação da tela com seu espectador: a protagonista não parece estar se despedindo de seu criador (como uma materialização de uma possível premonição do pintor). A moça vestida de negro chora o lamento absorvido pela interpretação do documento que carrega em suas mãos. Ao contrário do “Caipira picando fumo”, também de Almeida Jr (em que a aridez do ambiente se contrapõe à serenidade da personagem masculina) a tranquilidade na imagem é representada pelo ambiente (espaço rústico, limpo, claro), em resposta ao profundo turbilhão de emoções que a força feminina carrega em si e do qual nós, meros espectadores, não queremos nos distanciar. Longe disso: olhamos, silenciosamente, para a protagonista e nos identificamos com sua dor ao ponto de exigirmos, mesmo que inconscientemente, qualquer outra mínima informação que nos ajude a minimizar o sofrimento já compartilhado. Nós pedimos mais atenção. Ela, parece não precisar de nós.

Apesar de reconhecermos na poética de Almeida Jr uma forte tendência à não-idealização das figuras femininas (por conta da simplicidade em que as mesmas são caracterizadas, sem maiores pompas), é inevitável reconhecer que a protagonista de “Saudade”  re-apresenta uma forte característica do já, aparentemente, superado Romantismo europeu: apesar de sua representação pictórica rústica, porém exuberante, a mulher em negro, cujas lágrimas insistem em rolar pelo rosto, em aflição, nos remete quase que imediatamente às grandes aflições universais (e suas figuras femininas profundas)  que foram a tônica do movimento citado, principalmente em sua segunda fase. Deste modo, nos parece importante realizar para o fato de que esta obra do mestre paulista caminhava não para um fim em si: mas insistia em ser um meio para maiores contribuições. De tudo que se poderia esperar de seu trabalho, ele acabava por apresentar com sua “Saudade” uma nova via de interpretação de seu repertório artístico, cujo acúmulo de referências técnicas e conceituais gerou (e ainda gera) divergências grandes entre críticos e historiadores da Arte.

Utilizando um cromatismo de cores mais graves e evidenciando a narrativa da tela em pinceladas diferenciadas (a iluminação da bochecha da mulher, a pincelada mais espessa em seu vestido e a proposta mais lisa presente nas paredes e chão do cômodo), Almeida Jr nos convida a compreender a diferenciação entre o “ensimesmamento” da personagem e o alto grau de teatralidade da tela como um todo.  Essa dualidade fora originalmente concebida por Diderot, que em seus escritos dos anos de 1750 a 1760, afirmava que Teatro e Drama haviam se convertido em conceitos opostos.  Assim, se fazia necessário que o conjunto do quadro neutralizasse a presença do espectador, não se importando com ele.

A mulher que chora na tela de Almeida Jr está alheia a quaisquer interferências externas. Ela não precisa da legitimação do observador para se afirmar saudosa ou pesarosa: ela simplesmente o é.  E com seu corpo encostado na parede do cômodo, recebe solitariamente a enfraquecida iluminação do sol. O mundo lá fora são apenas freqüências que ela recusa a sintonizar: seu universo interior fala mais alto e somente com ele algum diálogo parece razoável. O drama pertence a ela.

Bibliografia:
“A saudade de José Ferraz de Almeida Júnior”. Philippov, Karin.
“Almeida Júnior: o sol no meio do caminho”. Naves, Rodrigues.
“Concepções Diderotianas sobre a pintura de Almeida Jr”. Crivilin, Tania. Bezerra, Angela.
“Saudade”. Dias, Elaine.

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A arte incomoda o facismo: porque ilumina!

Foto: Adriano Machado/ Reuters

O que leva um cara a invadir um prédio público e esfaquear uma tela do Di Cavalcante?

Ou então, entrar nesse mesmo prédio e urinar e destruir esculturas?

A arte, como expressão luminosa, ela oprime ao revelar o expectador. Ela é um espelho para a sociedade.

Essa corrente de ódio e repulsa ao belo teve um “start” aparentemente aleatório há muito tempo atrás, em um manifesto que parecia apenas de caráter estético, mas que teve no facismo italiano sua maior e pior manifestação teórica.

O “Futurismo” de Marinetti nos entregou Dali, Duchamp, mas também Mussolini (mesmo que, no caso deste último, indiretamente).

9. Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.


“10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo o tipo, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

Acima, 2 itens do documento futurista.

Pensamento é um vírus. E como tal, parece não ter fim em suas dezenas de mutações.

Por isso é SIM muito importante revisitar o passado, sem apego e sem ficar se justificando, mas olhar pra ele racionalmente e procurar ver onde se encontram as raízes de determinados pensamentos.

Hitler era grande conhecedor de arte. Destruiu tudo por onde passou na Europa.

Menos Paris. Ele não conseguiu dar ordem de bombardeio contra a capital francesa. Não teve coragem.

A cidade LUZ foi poupada por sua beleza e suas expressões artísticas. Seus museus e casas de ópera permaneceram intactos, mesmo com centenas de obras roubadas (algumas destas seriam encontradas posteriormente e devolvidas aos seus lugares de origem).

Luz e sombras, o eterno jogo. Quando se conhece um pouco mais o inimigo, fica mais fácil supera-lo.

A arte nos fortalece a compreensão do mundo.

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O que fazer no dia do leitor?

Hoje, meio que tardiamente (porém, ainda em tempo) descobri que 07 de janeiro é o dia do leitor.

Passei a meditar: o que fazer no dia do leitor?

Eu tenho hábito de leitura diária desde que me entendo por gente. Estudei e ensinei literatura durante muito tempo, sou compositor. Gosto de ler.

Mas o que será que significa ser leitor hoje em dia, ao ponto de merecermos uma data em especial?

Será que no meio de toda essa maravilhosa tecnologia e suas possibilidades ainda existe a figura do leitor como a gente conhecia?

Ler um tweet vale a mesma coisa que ler um conto ou uma matéria de jornal?

Um post de instagram (aqueles orgulhosamente chamados de “textão”) tem o mesmo peso no currículo de um leitor (a) de livros daqueles que se vendem nas livrarias?

Que puxa! (diria o Charlie Brown), enquanto o Snoop passaria ao seu lado tranquilamente com uma cópia de Shakespeare nas mãos (ou patas) a caminho de seu aposento.

Será que se lê no dia do leitor? Se sim, o que se lê no dia do leitor?

O que fazer no dia do leitor?

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Queimem os seus navios!

Cortez aportou no México e ordenou que tocasse fogo em toda sua frota de navios para que não restasse nenhuma esperança de regresso à sua terra natal.

Em algum lugar escondido de nossa vida, repousa uma encruzilhada invisível, esperando por nosso poder de decisão e coragem.

Queimemos, pois, os nossos navios!

Com força e coragem, vamos reduzi-los às cinzas para que junto com elas desapareçam qualquer resquício de arrependimento.

Pisamos em terra nova. Firme. Mãos cravadas no chão. Unhas sujas de terra!

Quero perder de vista os limites do passado.

Meus navios ardem em chamas, na costa, sob o fogo de minha vontade.

Miro atento o desenlace, saboreando conquistas vindouras. Grato pela jornada.

Espada fincada no chão!

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Pelé: nunca te vi, sempre te amei!

Pelé em anúncio de sua passagem. Avenida Paulista -2023

Nunca vi o Pelé ao vivo. Apesar de ver e rever tantas vezes sua magia em vídeos.
O gol mais bonito de Copa, pra mim, foi ele quem fez. Contra a Suécia, em 58 (moleque, em uma final, dando chapéu dentro da pequena área e botando pra dentro).

Vê-lo partir não me entristece, até porque o sofrimento dele parecia grande. Eu adquiri uma consciência meio que diferente sobre a morte ao longo dos anos. Tenho certeza de que ele esta bém.

Mas a sensação é de que junto com sua partida, também se vai toda uma energia, uma forma-pensamento, poderosa, que fez com que o futebol se tornasse o que é e também alavancasse nosso país a potência no esporte e pudesse sentar à mesa de tantas outras culturas e países outrora distantes economicamente, politicamente, culturalmente…o Pelé encurtou BASTANTE essas distâncias.

“Pele” em hebraico se traduz como “vestimenta de luz” ou “milagre”.

Que nome mais auspicioso, ein?

Vestido de Luz, o nosso Pelé iluminou o esporte e abriu caminho para 5 taças mundiais.

Obrigado, Pelé! Nunca te vi em campo, mas sempre te amei!

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Concerto na Osheanic 2016: uma noite maravilhosa!

Muito feliz com meu retorno à Osheanic. Ano passado, estive lá pela primeira vez para tocar no festival. Agora, em 2016, voltei para uma edição do projeto “A Night to be”.
Em ambas oportunidades, fui feliz. Bem feliz.

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Gratidão à galera da Osheanic. Gratidão a todos os novos irmãos que encontrei por lá.

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T4LES – Contatos

abismot4lles@gmail.com
tel: 999914804

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Concerto Meditativo no Restaurante Mandir!

mandir

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Mais um vídeo na Osheanic!

Mais uma vez, posto um vídeo feito durante o concerto meditativo no festival internacional da Osheanic no Ceará. Muito legal o registro, pois se trata de uma música que pretendo lançar oficialmente agora em 2016. Ela se chama “Reencontro” 🙂

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